18 de setembro de 2012

Caíram as máscaras dos "adoradores extravagantes"


A cada dia se tornam mais claros os objetivos interesseiros dos "adoradores extravagantes". Eles não querem andar segundo a Palavra de Deus. Rejeitaram a sã doutrina. Dessacralizaram o louvor com música, ao trazerem para os templos os agressivos estilos mundanos, criados para outros fins, e não para o louvor do Senhor. Com suas prolongadas músicas, feitas para os seus shows, convenceram boa parte da juventude cristã de que o "louvor" é a parte mais importante do culto, tornando a exposição da Palavra enfadonha e substituível.

Mas as máscaras caíram. Aliás, as máscaras dos "adoradores extravagantes" já tinham caído há muito tempo. Não é de hoje que homens e mulheres de Deus se opõem ao Movimento Gospel, suas extravagâncias e sandices. Agora, com a corajosa denúncia (feita pelo estimado bispo Walter McAlister, em seu blog) de que a Igreja Cristã Nova Vida fora "convidada amigavelmente" a pagar direitos autorais pela execução de "louvores" nos seus cultos, as verdadeiras faces dos tais "adoradores" nos foram apresentadas.

Não sou contra a venda de CDs e DVDs. Também não reprovo os pregadores e cantores que, ao participarem de eventos, recebem uma oferta das igrejas ou instituições que os convidam. Entretanto, cobrar pela execução de uma composição dentro de um templo evangélico é um ignominioso e aberrante despropósito. Analogamente, é como se os escritores viessem a cobrar pela leitura de seus livros em público! Isso mostra que os tais "adoradores extravagantes" se consideram, mesmo, astros do mundo, e não astros neste mundo (Fp 2.15). E quem os defende a todo custo é porque já se conformou com este mundo tenebroso (Rm 12.1,2).

Concluo citando a precisa descrição dos "adoradores extravagantes" feita pelo bispo McAlister, a quem parabenizo e com quem me solidarizo: "esses cantores que se venderam para emissoras de televisão, que ganham fortunas nas suas turnês 'gospel' e pela venda de incontáveis CDs e DVDs, não estão satisfeitos. Querem mais. Querem 'enterrar os ossos'. Tornaram-se mercadores da fé, e com essa última cartada, suas máscaras caem por terra. Que máscaras? As que fazem com que acreditemos que eles realmente creem que o culto é para Deus somente. Para eles, a igreja não passa de fonte de lucro. A igreja não passa de um negócio. Sim, porque, por essa ação, afirmam não acreditar que a igreja seja uma assembleia de sacrifício. Para eles, a igreja é uma máquina de dinheiro. Sua eclesiologia é clara. Suas lágrimas de comoção são teatro. Seus gestos de mãos erguidas não passam de encenação".

Ciro Sanches Zibordi

13 de setembro de 2012

Igreja x Denominação: Qual é a Sua Identidade?

 
Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?
Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?
(1 Coríntios 3:3-4)
 
Por força do hábito, sempre dizemos o nome de nossas denominações quando nos perguntam a que igreja pertencemos. Se levado em conta o sentido figurado de "igreja" aplicado à denominação, isto não é nenhum problema. O problema começa mesmo é quando nossa identidade passa a ser denominacionalista antes de considerarmos nosso papel como parte da Igreja do Senhor Jesus e do Reino de Deus.
Isto não significa que ao ser membro da Igreja de Deus eu não possa ser membro também de uma denominação. Significa sim que  a Igreja e as denominações têm importâncias e papéis diferentes no Reino de Deus, e isto não pode ser desconsiderado.
A Igreja é um corpo invisível, que subiste além das fronteiras denominacionais, composto por todos os salvos em Cristo, gentes de todo povo, tribo, língua e nação, e de todas as épocas. A denominação é apenas uma parte da Igreja do Deus Vivo, um grupo de pessoas que pensam de forma semelhante e partilham os mesmos costumes. Ela não é o Corpo de Cristo, é apenas um galho que sustenta os ramos da Videira Verdadeira, Cristo, do qual a Igreja é o Corpo.
Se limitarmos nossa visão à denominação e acreditarmos que ela é o Corpo de Cristo, acabamos por deixar de lado a multiforme Graça de Deus e damos lugar a um conceito antibíblico no que diz respeito à Obra de Deus.
Confundimos muitas vezes a Obra de Deus com a parte que nos cabe neste trabalho de provisão de salvação, no qual ela consiste. Tomamos a parte como se fosse o todo. Passamos a acreditar que o Reino de Deus está ali, bem diante dos nossos olhos, cercado por quatro paredes, sob a tutela de um ministério.
Deixamos de lado a visão de Reino, de Igreja, para assumirmos uma postura denominacional. Pregamos a placa da nossa igreja e enfatizamos o que Deus faz entre nós, como se nossas, por nós e para nós fossem todas as coisas.
Deixamos de pregar a Jesus Cristo crucificado. Deixamos de nos alegrar pelo que Ele tem feito por nós, para nos gloriarmos daquilo que temos feito por Ele.
É necessário pararmos agora mesmo para refletir. Precisamos recordar urgentemente de que não é na denominação que estamos ligados, mas na Videira. Devemos ter a consciência de que nossa denominação é apenas mais uma porta aberta para que o Evangelho seja anunciado. Congregamos com pessoas que pensam como nós, que agem como nós, que adotam usos e costumes parecidos com os nossos, e que nem por isto são melhores ou mais divinos que o resto da humanidade.
A denominação tem um inestimável valor quando ao reunir pessoas de hábitos parecidos, lhes dá maior satisfação em oferecer a Deus culto com o coração alegre. Perde porém o seu valor quando ao congregar pessoas, as separa do restante do Corpo de Cristo.
Os frutos são conhecidos pela árvore e a árvore pelos frutos. Os frutos são da árvore, não das varas.
"Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim", disse Jesus. (João 15:4)
Estamos ligados na Videira, de forma que não há meios sem os galhos. Tomemos então o devido cuidado para não darmos mais valor ao galho do que à Videira, pois assim não daremos frutos, seremos cortados, lançados fora e pisados por não haver mais em nós nenhum valor.
Somos parte da única Igreja existente em todo o universo: o Corpo de Cristo. Nele bem ajustados e ligados pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, cresceremos em graça e em amor (Ef 4:16).
 
Para a glória de Deus em Cristo Jesus,
Marcelo Reis.